Entrevista com Dr. André Kamchen / CRM PR – 23.466
Dr. André, como é o dia a dia de quem tem essa missão de trazer os primeiros socorros a uma pessoa?
Cansativo, corrido, desgastante, porém muito prazeroso e gratificante você poder oferecer o teu serviço, os teus préstimos para você poder socorrer uma pessoa, que naquele momento está precisando de você e da sua equipe.
Doutor, o senhor já pensou em escrever um livro de memórias referente a esses seus momentos vividos na medicina?
Sim, creio que esse livro teria uns três ou quatro volumes mais ou menos, pois já são quase dezesseis anos de formado trabalhando nessa atividade, primeiro uma residência médica em cirurgia geral, e sempre trabalhando em emergência, em UTI, em pronto socorro e nessa área de aéro médico também já a alguns anos. Então realmente tem muitos momentos marcantes, muita coisa boa que a gente passou, também tivemos momentos infelizes, momentos de tristeza como a perda de pacientes que infelizmente não tivemos como salvar, mas seria um livro bastante interessante.
Doutor, quando a situação é muito complicada e você como homem e como médico sabe que já ultrapassou as suas forças, suas habilidades, o que o senhor pensa, sente, neste momento?
Bom, eu diria para você que não só nessas situações mas sempre, em primeiro lugar na minha vida está Deus. Eu sempre recorro a Deus e peço a Ele que ilumine a minha cabeça, que ilumine o meu conhecimento, que opere pelas minhas mãos, que possa tomar as condutas pelas minhas mãos, para que eu possa salvar aquele paciente, fazer o meu melhor e que realmente eu possa salvar a vida daquele paciente, então eu sempre peço pra Deus que ele esteja me iluminando e iluminando o paciente que eu estou atendendo.
Doutor, com esse declínio da pandemia o senhor viu alguma diferença em relação ao dia a dia do seu trabalho?
Sim, no auge da pandemia nós tínhamos, além de todas essas patologias, os acidentes, os pacientes graves que nós sempre tivemos, tínhamos também os pacientes covid, então realmente sobrecarregou muito o sistema de saúde, tanto público quanto privado.
Doutor, com essa atividade médica tão intensa, qual é o seu ponto de fuga para desopilar o dia a dia?
A alguns anos já eu tenho frequentado o lago das marinas de Boa Vista da Aparecida, eu e meus amigos temos um grupo de Jet Sky e realmente estar nesse ambiente com a natureza sobre a água é uma forma de desestressar, uma forma de realmente a gente conseguir tirar toda essa tensão do dia a dia.