MUSICOTERAPIA E OS BENEFÍCIOS DO CANTO CORAL NA TERCEIRA IDADE
Hoje, o brasileiro almeja chegar aos seus oitenta ou até noventa anos de forma saudável e ativa, porém, muitas atividades e terapias são desconhecidas pela maioria da população. Dentre essas atividades possíveis, se destaca o canto coral, sendo ele um aglomerado de pontos positivos para o idoso, como o estudo da técnica vocal e os respectivos cuidados com a voz, a participação e o envolvimento do idoso no grupo/coro, podendo promover a melhoria na qualidade de vida e mantendo uma rotina ao integrante, a aproximação e renovação do círculo de amizade, o ato físico de sair de casa para as atividades, dentre outros.
Através do ato prático do canto coral, os efeitos terapêuticos se destacam, colaborando com o idoso por meio de atividades expressivas, ajudando na sua comunicação; o repertório que o regente trabalha auxilia no resgate de memórias, solidifica e confirma questões e características pessoais do indivíduo, lhe proporcionando um envelhecimento saudável e ativo.
O objetivo da música como fim terapêutico, nesse âmbito, consiste em atingir faculdades cognitivas, emoções, memórias e pensamentos, no qual o self sobrevivente desse indivíduo se mantém. Ou seja, a música estabelece o auxílio da preservação do sentimento de identidade do sujeito.
MARTINS, 2020.
Quando tocamos no assunto da musicoterapia e a reabilitação de idosos atrelada à memória, Sacks (2007) relata que o objetivo da musicoterapia é “…atingir as emoções, as faculdades cognitivas, os pensamentos e memórias, o self sobrevivente desse indivíduo, para estimulá-los e fazê-los aflorar” (SACKS, 2007, p. 320).
O CANTO CORAL PARA IDOSOS
Quando falamos em coros amadores, não deixamos a questão estética e técnica de lado, porém, neste caso (grupo de terceira idade), vamos tratar de um grupo que faz música amadoristicamente em busca do prazer, como por exemplo, o simples fato de cantar canções com os amigos, exalando assim muito mais o divertimento e a distração do que a perfeição do próprio repertório. São diversas emoções envolvendo essa atividade em todas as instâncias.
O canto coral é uma forma de atividade musical em que a prática permite aos participantes a utilização do corpo permitindo através da educação continuada ou permanente, o seu desenvolvimento nos aspectos: biológicos, social e psíquico, além do caráter educacional e socialização, e também aliado das artes na preservação da cultura e sua difusão. A música no canto coral pode ser considerado uma atividade ligada as emoções
SILVA, 2016, p. 05
Dentro do coro, um fator de suma importância é a voz, e sabemos que com o passar dos anos, as alterações na voz dos idosos são perceptíveis e frequentes. Behlau (2001 apud SILVA, 2016) ressalta que as alterações mais frequentes decorrentes do envelhecimento da voz (presbifonia) são relativas à acurácia, velocidade, resistência, estabilidade, força e coordenação.
Os corais de terceira idade têm surgido moderadamente e proporcionam aos participantes uma ocupação que, além de trazer autorrealização, é uma atividade que ocupa o tempo do idoso dando-lhe melhor ânimo, moral e humor (JUNKER apud SILVA, 2016, p. 06).
MUSICOTERAPIA PARA A TERCEIRA IDADE
Quando falamos em musicoterapia, encontramos diversos estudos que apontam que esta é uma intervenção terapêutica de grande valia para o envelhecimento com saúde. Marques (2011) relata que a musicoterapia, sendo uma terapia auto expressiva, com forte atuação nas funções cognitivas, contribui diretamente para o envelhecimento ativo, pois proporciona aos idosos um contato com seu poder criativo, com suas potencialidades, memórias e histórias de vida, fortalecendo sua identidade e autoestima.
A musicoterapia, nas últimas décadas, vem mostrando sua eficácia como tratamento, prevenindo, estimulando e reabilitando, no contexto do envelhecimento. Proporcionando a inclusão do idoso na sociedade, valorizando a sua essência através das letras de músicas e gloriando a questão cultural e histórica do coro, resgatando a memória por meio dessa “reprise musical”.
Salientamos aqui, que a musicoterapia é uma atividade para todas as faixas etárias, mas devemos nos ater sobre como será conduzida metodologicamente para a terceira idade, justamente por não se tratar de um coro que visa somente a questão técnica e estética musical, mas sim uma atividade recreativa, focando no simples prazer de realizá-la, em que o cerne principal é a potencialização da saúde do idoso, tanto física quanto psicológica. Destaca-se que a pessoa que dirige esse trabalho, seja musicoterapeuta, pois, segundo Zanini, é um profissional que precisa estar adequado para realizar a musicoterapia.
Pela observação dos aspectos analisados, podemos consumar que esse encontro musical em forma de coral, permite contatar-se emocionalmente por meio da música, que embora tão simples na vida, porém demasiadamente, permite que demonstre sentimentos que não se revelam totalmente nas palavras e diálogos.
GEFERSON LUIS FELL
Formado em Música; pós graduado em Musicoterapia; pós graduado em Arte, Música e Dança; pós graduado e Regência Coral pela UFBA; Maestro do Coro Juvenil de Cascavel e Coral de Itaipu.