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AMAR O PRÓXIMO COMO A SI MESMO

Por Pe. Arlei Pivetta – Missionário da Consolata

Deus desde o primórdio criou e formou a terra colocou os animais e as plantas, por fim cria também o ser Humano. O último, mas não o menos importante. Primeiro criou o homem – Adão – e da costela dele faz a mulher – Eva. 

Deus havia preparado tudo, tudo estava em harmonia, mas pelo orgulho humano, pela ganância humana, o ser humano quis igualar-se a Deus perdendo o que tinha de melhor, o paraíso. Com a perda do paraíso entra a morte, que é a separação da união com Deus e se vê nu, pequenos. Enfim volta ao seu lugar que é terra, da terra saiu da terra voltou. Humus.

Contudo, Deus não abandona a sua criação, mesmo com as suas limitações a ama sem limites e acompanha, vai fazendo alianças com o seu povo, faz história com o seu povo, e todas as vezes que o povo nega, trai a confiança, é o próprio Deus que vai atrás, chega primeiro, perdoa e reata a aliança fazendo-a novamente. 

Tamanho amor de Deus com o seu povo que no ápice da história Ele manda o seu próprio filho, Jesus, para fazer a eterna aliança. Uma aliança do amor no sangue de seu próprio filho. 

Jesus passou a vida fazendo bem, Ele passava de aldeia em aldeia; de povos e povos, e a todos curava, não tinha medo de tocar no pobre, no estrangeiro, no doente e até nos doentes mais excluídos daquela época que eram os portadores da doença da lepra. Doença incurável, altamente contagiosa, mas Ele ia, e tinha coragem e os tocava. Não tinha medo, pois Ele via um ser humano atrás de uma doença. Não era um leproso, era um ser humano portador de uma doença chamada lepra. A doença não era o sujeito, era o predicado.

Jesus amava a todos com um amor sublime, não fazia distinção de pessoas. Um amor de Jesus que traz vida, gera vida. Ele ao passar transmitia paz, harmonia… Onde há paz não há medo. No livro fontes de vida, o autor Henri J.M. Nouwer mostra que o medo tira muita energia. Sem energia não há vida, sem energia há doenças. O medo de ficar doente pode levar a pessoa até a adoecer, já que muitas doenças são psicossomáticas. 

O amor de Jesus irradiava por onde passava, seu amor não tinha fronteiras. O fundamento do seu amor está baseado nesta frase: AMAR O PRÓXIMO COMO A SI MESMO. Não pediu mais do que isso, quem ama a si mesmo em profundidade sabe que precisa dar ao outro no mesmo nível. Senão não existe equilíbrio. O equilíbrio vem da palavra equilibrar. 

No amor surge o interesse pelo outro, pela vida do outro, pelo bem-estar do outro. Para Jesus o próximo não são apenas os familiares e amigos, mas todas as pessoas que por um motivo ou outro passam pela sua vida onde um pequeno gesto de carinho, atenção, escuta pode curar muitas doenças tanto físicas como psicológicas. Para quem faz pode ser um pequeno gesto, para quem recebe pode ser um grande ou até mesmo o milagre da vida.

O amor ao próximo, vê-se claramente no Evangelho do Bom Samaritano (Lc. 10,25-37) quando o Samaritano não se preocupou com as leis e normas, como foi o caso do sacerdote e o levita, mas o Samaritano olhou o ser humano além dos ferimentos, não se importou com a religião ou a condição social do mesmo e muito menos se era certo ou errado pelas leis. A vida precisava ser preservada, o tempo era este, a decisão precisava ser tomada. O samaritano tomou, parou, olhou com compaixão. Olhar com compaixão é trazer para dentro do coração, importar-se com ele. Se o ferido tivesse lepra, poderia ficar contagiado – naquela época não tinha luvas e nem álcool gel – não pensou nisso, a vida está acima do medo. A coragem de fazer diferente o fez ter coragem. Fez o que pode, depois entregou duas moedas de prata para o dono da hospedaria para que o cuidasse. Doou o que era seu, doou o seu sustento para alguém estranho que entrou na vida dele e nunca mais saiu, pois foi importado.

Ainda hoje temos tantos Samaritanos em tantos lugares, anônimos ou não que fazem a diferença, que tem compaixão, que se importam para possibilitar uma vida melhor para quem se aproximar deles. Um olhar sem julgamento, um olhar de carinho. O amor é fazer o bem sem olhar a quem. 

Ame e faça a diferença.

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